É uma resposta emocional e fisiológica a determinados estímulos externos.
O que desperta a ansiedade é algo que tem um efeito estressor para o organismo. Em estados de ansiedade natural há um aumento da capacidade de consciência.
Quando o cérebro interpreta que está em perigo, ele envia sinais ao corpo que reage em um estado de alerta, o que permite avaliar o perigo e formular a defesa.
A ansiedade normal é descontínua e dependendo da situação é naturalmente esperada.
Ela melhora a capacidade de desempenho, estimulando impulsos criativos frente à ameaça.
Não gera prejuízo ao funcionamento diário do individuo, inclusive proporciona uma melhora em sua capacidade de atenção e o torna ativo frente a suas metas, preparando-o para contornar possíveis perigos.
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No medo a resposta emocional está relacionada a um perigo próximo e real, específico e observável, enquanto que na ansiedade há uma antecipação da idéia de perigo relacionada ao futuro.
Se a pessoa repentinamente é surpreendida pela presença de um cão bravo que avança em sua direção para atacá-la, neste momento a pessoa terá medo e este medo está justificável pela presença do cão.
No medo a atenção se concentra na ameaça presente, no caso o cão bravo. As reações físicas serão mais intensas do que na ansiedade.
A natureza humana é programada para a preservação e reações involuntárias atuam para nos ajudar com todos os tipos de perigos. O medo tem esta mesma função, sendo uma emoção primária do ser humano que visa à preservação da espécie.
Em estados de perigo relacionados ao medo, uma carga de adrenalina é lançada na corrente sanguínea ativando o corpo para o ataque ou a fuga. Os músculos ficam contraídos, há um aumento da respiração, uma aceleração dos batimentos cardíacos, ou seja, o corpo é instintivamente preparado para tentar resolver o que ele identifica como um ataque iminente.
Na ansiedade a reação física mais frequente é a tensão muscular, devido a vigilância elevada como preparação para o perigo futuro. Comportamentos de cautela ou esquiva são constantes.
Assim, situações que algumas pessoas enfrentam com determinada elevação da ansiedade, como: participar de uma entrevista de emprego; realizar uma prova; conhecer pessoas novas, para outras, podem ser desencadeadoras de uma forte carga de ansiedade.
Na ansiedade a apreensão se faz persistente seguida da preocupação e tensão crônica sem conseguir determinar especificamente as fontes.
Nos transtornos de ansiedade manifestam-se reações de medo, ansiedade excessiva e alguns tipos de distúrbio de comportamentos que estão relacionados.
Diferente do medo que exige uma atenção mais focada ao perigo, na ansiedade há uma atenção ampliada a fim de identificar possíveis ameaças que segundo suas crenças estariam presentes.
Desta forma, diferente do medo cujas reações de lutar ou fugir são mais intensas e diminuem mais rapidamente após a ausência do perigo, na ansiedade este estado de tensão permanecerá mais constante, com pequenos altos e baixos.
Na ansiedade patológica o medo é intenso, foge a racionalidade e escapa a capacidade de pensar. O objeto causador não é identificável e a pessoa se sente dominada por uma forte emoção
Existem diferentes níveis de ansiedade:
Uma pessoa ansiosa apresenta preocupações excessivas e persistentes. Tem um temperamento tenso e inquieto. Mantém um estado de alerta constante e tendência a esquivar-se de diversas situações quando entende que possam ser desencadeadoras de ansiedade.
Os Transtornos de ansiedade são diagnosticados quando apresentam as principais características que excedem a manifestação de uma ansiedade normal e excluem o efeito fisiológico devido ao uso de alguma substância e ou medicamento. Quando não sejam também, proveniente de alguma condição médica e ou não represente um sintoma pertinente a outro transtorno mental.
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e o Transtorno de Estresse pós-traumático (TEPT) durante muito tempo também eram considerados transtornos de ansiedade, porém na ultima edição deste manual, oficialmente publicado em maio de 2013, estes diagnósticos foram ajustados em outras categorias. No entanto, foram incluídos aos transtornos de ansiedade o transtorno de ansiedade de separação e o mutismo seletivo.
Os transtornos de Ansiedade apontados por este manual são os seguintes:
Tal perturbação interfere na vida social, profissional e ou escolar.
Além dos transtornos citados, existem porém outras patologias mentais que tem a ansiedade como uma reação marcante em sua dinâmica.
Alguns casos de ansiedade estão associados a outros quadros patológicos, sendo desta forma mais complexos, como o uso abusivo de álcool ou outras drogas e a depressão.
Preocupação exagerada.
As pessoas ansiosas mantêm uma apreensão constante e desproporcional a causa. Esta preocupação se mostra presente durante o dia frente a atividades diárias que não demandariam tanta aflição. Como se estivessem tentando controlar um perigo iminente.
Dificuldade de concentração
A atenção dispensada ao pensamento excessivo e a preocupação constante, atrapalha a concentração necessária para boa realização de outras atividades diárias. Desta forma, é comum o prejuízo causado no funcionamento social, ocupacional, intelectual ou ainda em outras áreas da vida da pessoa.
Inquietação e Agitação
A pessoa ansiosa tende a uma hiperatividade motora que representa uma descarga das tensões internas que são colocadas no corpo. O movimento é constante, como se tentassem através do movimento, um ensaio de busca de solução de um problema não definido e do qual a defesa não é articulada.
Fatiga
Devido ao estado de agitação apresentado pela pessoa ansiosa e seu gasto de energia em preocupações infrutíferas, a pessoa com um transtorno de ansiedade tende a apresentar em determinados momentos estados de fatiga.
Em estados de agitação ocorrem alterações no corpo, pois o cérebro entende que há um perigo eminente e do qual a pessoa precisa se defender.
Tais alterações incluem: aceleração cardíaca, contração muscular, mãos trêmulas, suor excessivo entre outros.
Estas alterações tendem a uma condição de desgaste físico que pode se apresentar após uma crise ou até mesmo com mais frequência, durante o dia, em estados de ansiedade crônica.
Irritação
O estado de irritação pode ser considerado uma reação normal quando transitório e de leve a moderado, frente a determinados estímulos estressantes provindos do meio. Quando persistente, a irritabilidade se apresenta como um sintoma relacionado a diferentes quadros patológicos, tais como: transtorno de ansiedade, depressão, transtorno de humor, uso abusivo de álcool ou outras drogas etc.
A pessoa ansiosa em seu estado de tensão tende a focar mais no lado negativo das situações. Não relaxando, perde em usufruir de pequenos prazeres da vida e devido a seu estado de baixa tolerância a frustrações é propensa a reagir com irritabilidade a situações estressantes do dia a dia, sem saídas de relaxamento como meio de equilíbrio
Tensão muscular
O enrijecimento muscular e a sobrecarga física é uma resposta fisiológica natural a reação do ansioso, pois na ansiedade a pessoa reage como se tivesse que se defender de um perigo e para isto coloca o corpo em alerta pronto para defesa ou o ataque.
Distúrbios do Sono
O distúrbio do sono é um marcante sintoma da ansiedade. A preocupação constante; o excesso de pensamentos; atenção intensificada; sensação da iminência de um perigo; a rigidez muscular etc., são sintomas presentes na ansiedade e que se contrapõe para o relaxamento e o estado necessário para conciliação do sono.
Pessoas ansiosas queixam-se de terem dificuldades em iniciar a dormir e ou terem um sono entrecortado por diversos despertares; um despertar noturno prolongado ou ainda a sensação de um sono leve.
A insônia pode ainda agravar os quadros de ansiedade, por fragilizar física e emocionalmente a pessoa.
Para identificar as causas de um quadro de ansiedade uma boa avaliação é necessária a fim de entender a dinâmica do funcionamento de determinada pessoa, sua historia de vida e o meio em que está inserido.
Alguns fatores que podem influenciar para o desenvolvimento da ansiedade são:
Traumas – O trauma tem uma forte influencia sobre a ansiedade visto que em uma experiência súbita extremamente desagradável o individuo se encontra indefeso sendo incapaz de se proteger do impacto causado em seu psiquismo.
A marca emocional quando não representável e não tratada tende a criar uma reação de ansiedade sinal como antecipação a traumas futuros com base no trauma passado.
Há uma dificuldade em alguns casos, de diferenciação de situações do meio ambiente que podem ser identificadas como perigosas ou não, devido a estas memórias.
Microtraumas vividos ao longo da vida podem causar danos psíquicos cumulativos comprometendo o caráter de uma pessoa e afetando a sua forma de interação com a vida; em que uma das consequências apresentadas pode ser a ansiedade.
Biológico –É importante considerar a natureza genética de cada pessoa. Algumas apresentam uma maior sensibilidade aos estímulos do meio e desenvolvem uma reação de proteção e expectativa maior do que outras. Estas pessoas tendem a manter-se mais em estado de alerta despertando no corpo reações involuntárias que podem tanto fazer bem ou não ao organismo e a ansiedade é uma delas.
Alterações químicas do cérebro ou em sua estrutura também podem ser desencadeadoras de sintomas de ansiedade. Como por exemplo, quando há um desequilíbrio de hormônios como a noradrenalina, adrenalina e a serotonina.
Familiar – A família tem uma influência importante que pode contribuir para o desenvolvimento de sintomas de ansiedade. Tais como: pais com uma educação muito rígida, que cobram ou punem seus filhos quando estes não atendem suas expectativas; condutas de instabilidade dos pais que geram sentimentos de insegurança nos filhos por não saberem o que esperar como reação; problemas de alcoolismo na família; problemas financeiros sérios que desestabilizem a família em seus costumes; brigas importantes entre membros da família entre outros.
Problemas de saúde – Problemas de saúde significativos tais como: problemas cardíacos, crises de asma, gravidez de risco etc., podem ser desencadeadores do sintoma de ansiedade uma vez que geram uma instabilidade física e insegurança quanto ao estado clinico e os riscos envolvidos, causando preocupações constantes.
Condições de Trabalho – Ambientes inadequados de trabalho, por um isolamento constante ou atividades desenvolvidas junto a um grupo grande de pessoas; ambientes muito barulhentos; com conflitos de relacionamentos; relações muito competitivas; com uma sobrecarga de trabalho e ou com grande nível de responsabilidade, entre outros, podem ao longo do tempo ser desestabilizadores e a ansiedade vir como uma resposta da não adequação ao meio.
Embora cada pessoa responda de forma diversa frente à tensão, sabe-se que: frustrações frequentes; preocupações financeiras; críticas constantes; poucos incentivos; insegurança; premência de tempo para realização de tarefas; dificuldades na locomoção até o trabalho; dentre outras coisas, são vivências que podem gerar ansiedade, distúrbios psicossomáticos e até mesmo depressão.
Uso Abusivo de Substâncias – O uso frequente de algumas substancias podem vir a serem desencadeadoras de ansiedade, principalmente pela sua abstinência, como por exemplo: álcool, sedativos, anfetaminas, cigarros, cafeína, drogas ilícitas ( cannabis, cocaína) etc.
Tipos de Personalidades – Alguns traços de personalidade geram uma maior predisposição a ansiedade. Como por exemplo: pessoas perfeccionistas, com baixa autoestima, tímidas, com resistência a mudanças, que apresentem dependência afetiva, entre outras.
Personalidades imaturas com fragilidade em sua estrutura emocional tendem a apresentar sintomas de ansiedade devido à falta de confiança em si, em seus próprios sentimentos, apresentando uma desorientação para com a própria vida.
Estas reações são extremamente uteis em situações eventuais, sendo uma reação do organismo saudável e adequado em condições de alto estresse, no entanto a exposição aos hormônios do estresse, por um tempo mais prolongado, pode ser muito prejudicial à saúde física e emocional.
Uma pessoa ansiosa apresenta inquietação e preocupação excessiva e como consequência, dificuldades em relaxar. Tende a desenvolver dores musculares, dores de cabeça, tontura, irritabilidade, depressão, dificuldades de concentração, insônia, fadiga, aceleração cardíaca, dores de estomago, perda de apetite ou comer compulsivo, náuseas, síndrome do intestino irritável, entre outros problemas digestivos.
Estados de tensão oriundos da ansiedade podem afetar o sistema cardiovascular, tornando maior a chance de hipertensão, principalmente se a pessoa já tem uma doença cardíaca, visto que os ditos hormônios do estresse são liberados afetando o calibre dos vasos sanguíneos podendo gerar espasmos nas artérias coronárias e aumento da pressão e dos batimentos cardíacos.
Os estados de vigilância constantes afetam o sistema imunológico já que todo o organismo é super exigido por um tempo prolongado e tende ao desgaste deixando desta forma o corpo vulnerável a doenças virais e bacterianas.
Mais de que ficar tenso e preocupado continuamente, o transtorno de ansiedade pode gerar diversos sintomas físicos e psicológicos podendo também levar a desenvolver ou piorar outras condições físicas ou mentais pré-existentes tais como: o abuso de drogas psicoativas, fumar excessivo, depressão, problemas de relacionamento, quadros de insônia, quadros de enxaqueca, prejuízos financeiros, comer compulsivo, dificuldades sexuais, dor crônica, baixa qualidade de vida etc.
Os medicamentos mais indicados a estes casos normalmente são os antidepressivos, pelo poder de organizar os circuitos neuronais, regulando os neurotransmissores. Em casos de uma sintomatologia mais acentuada é indicado em conjunto com os antidepressivos os medicamentos que atuam diretamente sobre a ansiedade, que são os ansiolíticos principalmente as benzodiazepinas, cujo objetivo é produzir um alivio imediato em estados de crises.
Os fármacos ansiolíticos, atuam como adjuvante podendo ser muito importante em momentos de crises, mas não tem a eficácia sobre a organização modular dos circuitos desregulados nos quadros de ansiedade.
Em pessoas cuja manifestação do transtorno de ansiedade apresenta níveis moderados em seu curso, a psicoterapia pode ser o suficiente como medida terapêutica.
Em qualquer nível em que o transtorno de ansiedade se manifeste, a psicoterapia estará sempre indicada. Sem o contato com as emoções, que está por trás da sintomatologia e que para pessoa afetada é difícil decodificar, não haverá uma melhora real no equilíbrio da personalidade.
A psicanálise entende, no entanto a ansiedade não enquadrada em um diagnóstico, mas sim cumprindo uma função de defesa contra angustias primitivas e assim estaria presente em diferentes patologias.
Para a psicanálise a personalidade ansiosa marca um jeito particular e específico de uma pessoa adoecer psiquicamente, mas também representa uma forma dela ser e reagir em função de uma dinâmica inconsciente.
A possibilidade de analisar e representar conteúdos inconscientes e perturbadores para o individuo através de um processo psicoterapêutico seria assim fundamental e importante para a melhora da sintomatologia e fortalecimento da estruturação emocional.
A psicoterapia de orientação psicanalítica ajudará o paciente a entender o que se passa em seu inconsciente e o que desencadeia os sintomas. Sintomas estes que lhe faz ter a sensação de sentir-se imobilizado e sem a coordenação regular de sua vida.
O tratamento terá como objetivo conhecer profundamente a pessoa em sua historia de vida, sua forma de lidar com diferentes desafios ao longo do seu desenvolvimento, identificar a representação pessoal das experiências e como se sente afetado por elas.
A idéia é não só trazer a consciência cada aspecto do conjunto onde o ansioso se enreda em determinados momentos, mas também o sistema de passagem ao estado ansioso.
O tratamento ajudará a unir partes emocionais desintegradas possibilitando o reconhecimento e a diferenciação destes sentimentos.
A possibilidade de entrar em contato com a desordem interna e nela com a ajuda do psicoterapeuta buscar pensamentos reais ao invés de somente apresentar uma descarga emocional ajuda a reestruturar o paciente e de capturá-lo do engolfamento provindo da ansiedade.
Na tentativa de dar conta da tensão gerada pela ansiedade, o paciente desenvolve uma anulação do desenvolvimento de capacidades intelectuais e emocionais o que vai gerando rupturas em sua vida e promovendo paulatinamente um empobrecimento. A possibilidade de pensar, dando nome ao inominável, ligando emoções soltas, permite uma melhor estruturação dos afetos debelando a angustia.
Sendo amedrontada pela ansiedade a pessoa tende a fugir de diferentes experiências de vida e apresenta um enfraquecimento psíquico geral.
Aos poucos durante o processo de tratamento o paciente vai descobrindo na obscuridade de seus sintomas os mecanismos e articulações inconscientes que usa e que levam ao seu estado de ansiedade.
Para pessoa afetada pela ansiedade a melhora na manifestação dos sintomas é muito desejada, devido ao grande sofrimento experimentado, porém é importante estar ciente que os esbatimentos de sintomas podem ser temporários quando as causas não são analisadas profundamente e tratadas.
Para desamarrar a pessoa de seu quadro de ansiedade é necessário o trabalho da psicoterapia, onde o paciente encontrará um espaço de fala com total liberdade de expressão, escuta, atenção qualificada para identificação de sentimentos importantes relacionados à sua condição, além de um trabalho de elaboração emocional necessária para uma real melhora de seu estado.
Além da psicoterapia e da terapia de medicamento, quando indicado, é importante que a pessoa complemente seu tratamento com a prática de outras atividades que ajudem a regular o estresse e a preocupação promovendo o relaxamento e uma maior conscientização corporal. Como por ex: yôga, massagem, pilates, natação, dança, caminhadas, tai chi chuan, meditação entre outras
Desenvolver hábitos saudáveis como o cuidado em manter uma alimentação equilibrada, realizar atividades físicas regularmente, exposição a luz solar e investir em atividades de lazer principalmente ao ar livre serão de importante ajuda para manter o corpo em harmonia com a vida. Ainda é recomendado para o alívio das preocupações o investimento em hobbies como ler, ouvir musicas, assistir filmes, cantar, a prática da jardinagem, entre outros tantos.
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